A gente passa horas rolando a tela, vendo vidas, opiniões, dancinhas e tretas. Mas já paramos para pensar quem está, de fato, no controle? A resposta padrão é “eu mesmo”. Mas a Bíblia nos dá uma lente de aumento para enxergar a realidade espiritual: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 João 5:19).
Isso não é sobre ver demônios em cada meme, mas sobre ter sabedoria espiritual. Se o sistema do mundo — suas prioridades, sua cultura, seus valores — está sob a influência do inimigo, o que dizer da ferramenta cultural mais poderosa já criada na história da humanidade? Talvez a pergunta mais importante sobre nossas redes sociais não seja “o que estou vendo?”, mas “a quem estou servindo?”.
O Algoritmo Não é Seu Amigo

Achamos que a rede social é uma ferramenta neutra, um espaço livre. Mas isso é uma ilusão. O objetivo do algoritmo não é o nosso bem-estar, nossa conexão ou nossa edificação. O objetivo é a nossa atenção ininterrupta. E a maneira mais eficaz de prender nossa atenção é alimentar nossos impulsos mais básicos, nossa carne. Pense bem: uma foto de ostentação que gera inveja te faz parar e olhar. Um post que destila ódio contra um grupo te provoca a comentar. Uma vida perfeita e editada te vicia na cobiça de ter aquilo. O algoritmo aprende o que te vicia e te dá mais do mesmo. Ele não é seu amigo; ele é um traficante de dopamina que lucra com a sua alma inquieta. É a versão digital e personalizada do “sistema do mundo” que a Bíblia descreve, projetada para explorar e ampliar o pior de nós.
O Barulho que Silencia Deus e a Comunidade de Verdade
Cada segundo de tédio, cada momento na fila do banco, cada minuto antes de dormir é preenchido pelo scroll infinito. Onde fica o espaço para o silêncio? Onde fica a quietude necessária para ouvir a voz suave e delicada de Deus? O Espírito Santo não grita; Ele sussurra. E os sussurros do céu são facilmente abafados pelo barulho incessante do nosso feed. Pior: a busca pela aprovação de Deus é sutilmente trocada pela busca desesperada por aprovação humana. Postamos e ficamos atualizando a página, mendigando por likes, comentários e compartilhamentos que inflem nosso ego. Transformamos nossa vida em um produto e nossos seguidores em consumidores, em uma clara idolatria do “eu”. E enquanto colecionamos centenas de “amigos” virtuais, nos sentimos cada vez mais sozinhos, porque a conexão digital é superficial. Ela nos rouba do tempo e da energia para investir em relacionamentos reais, que dão trabalho, que exigem perdão e paciência — a igreja de verdade.
A Santidade que Virou Coisa de “Cringe”

O diabo é mestre em mudar nossa percepção do que é normal. Quando você passa horas por dia consumindo um fluxo constante de sensualidade, materialismo, fofoca, orgulho e relativismo, tudo apresentado de forma atraente e “cool”, o que acontece com o seu padrão de certo e errado? Aos poucos, sem perceber, a santidade começa a parecer estranha. Uma vida de pureza vira motivo de piada. Contentamento vira falta de ambição. Fugir da aparência do mal vira “radicalismo” ou, na linguagem atual, algo “cringe”. O sistema do mundo entra tanto pelos nossos olhos que, lentamente, expulsamos os valores do céu do nosso coração. O inimigo não precisa te arrastar para um pecado escandaloso se ele conseguir te fazer amar as mesmas coisas que o mundo ama e que Deus abomina.
Então, a Solução é Sair de Tudo?
Aqui está o ponto central. A resposta fácil seria decretar: “crente, delete suas contas!”. Mas o cristianismo não é sobre criar regras fáceis, é sobre sabedoria e senhorio. A solução não é, necessariamente, uma fuga, mas uma tomada de domínio. Jesus orou ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno” (João 17:15). Estamos no mundo — e nas redes sociais —, mas não precisamos pertencer ao seu sistema. A pergunta-chave muda de “posso ter Instagram?” para perguntas muito mais profundas:
- O que eu consumo me aproxima ou me afasta de Deus?
- O que eu posto glorifica a Deus ou a mim mesmo?
- Eu controlo a ferramenta, ou a ferramenta me controla?
O chamado é para deixar de ser um consumidor alienado, manipulado pelo algoritmo, e se tornar um embaixador consciente do Reino de Deus, usando a ferramenta com propósito, limites e, acima de tudo, submissão a Cristo.
No fim, a pergunta que fica é: Quem é o senhor do seu feed? O algoritmo que te alimenta com o mundo, ou o Espírito Santo que te chama para a santidade? A resposta está no seu tempo, nos seus cliques e, principalmente, no seu coração.
E aí? Como você tem lutado para não ser alienado pelas redes e usá-las para a glória de Deus? Compartilhe suas estratégias e lutas nos comentários. Vamos crescer juntos.