Sinais dos Tempos : Você Está Procurando no Lugar Errado

A busca pelos “sinais dos tempos” virou quase um esporte na nossa cultura. Ligamos a TV, rolamos o feed e vemos guerras, rumores de guerras, terremotos e pestes, e uma parte de nós sente um arrepio. É uma mistura de medo com uma estranha empolgação, como se estivéssemos assistindo ao trailer do Apocalipse ao vivo. Mas e se essa nossa obsessão por decifrar o fim do mundo no noticiário for, na verdade, a maior distração que o inimigo já inventou? E se, enquanto procuramos sinais no céu, estivermos ignorando o verdadeiro sinal que Deus está desesperadamente tentando nos mostrar aqui na terra?

A Febre dos Sinais e a Anestesia do Coração

A cada nova crise mundial, a mesma pergunta ressurge: “Será que é agora?”. Gastamos horas em debates, consumimos vídeos e teorias, tentando encaixar cada manchete em uma profecia bíblica. Mas essa febre por sinais tem um efeito colateral perigoso: ela nos torna espectadores do juízo, em vez de intercessores pela humanidade. Começamos a ver a dor do mundo não como uma tragédia que deveria nos levar às lágrimas e à oração, mas como uma “confirmação” de que estávamos certos.

Essa busca transforma a fé em uma fonte de ansiedade e especulação, em vez de um manancial de paz e santidade. É exatamente o oposto do que Jesus nos instruiu. Ao falar sobre os eventos que precederiam o fim, Sua primeira ordem foi clara: “Tenham o cuidado de que ninguém os engane” (Mateus 24:4) e, logo em seguida, “Não fiquem alarmados. É necessário que essas coisas aconteçam, mas ainda não é o fim” (Mateus 24:6). Jesus não queria que vivêssemos em pânico, mas em preparação. A nossa obsessão com o “quando” nos distraiu completamente do “como” devemos viver.

O Sinal Que Jesus Realmente Enfatizou

Quando os discípulos perguntaram a Jesus quais seriam os sinais de Sua vinda, a resposta dEle virou a nossa lógica de cabeça para baixo. Ele mencionou guerras e desastres naturais, sim, mas os tratou como “o princípio das dores” — algo esperado, mas não o evento principal. Os sinais em que Ele realmente focou são muito menos espetaculares e infinitamente mais aterrorizantes, porque acontecem dentro de nós e entre nós.

O verdadeiro sinal, segundo Cristo, seria o surgimento de muitos falsos profetas que enganariam a muitos (Mateus 24:11). E o mais chocante de todos: “Devido ao aumento da maldade, o amor de quase todos esfriará” (Mateus 24:12). Pare e pense nisso. O sinal mais claro do fim dos tempos não é um míssil cruzando o céu ou uma placa tectônica se movendo. É um coração que antes queimava por Deus e pelas pessoas se tornando frio, calculista e indiferente. É a igreja se tornando mais conhecida por suas opiniões e críticas do que por seu amor sacrificial. Esse é o sinal que deveria nos fazer tremer.

O Maior Sinal de Todos Já Veio (e Continua Sendo Ignorado)

A maior ironia da nossa busca por sinais é que o sinal definitivo, o grande “Sign of The Times” da história da humanidade, não é um evento futuro. É um evento que já aconteceu há mais de dois mil anos e que continua sendo ignorado. Os fariseus, líderes religiosos da época, também pediram a Jesus um sinal do céu. A resposta de Cristo foi cortante: “Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso! Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas” (Mateus 16:4).

Qual era o sinal de Jonas? Assim como Jonas esteve três dias no ventre do grande peixe, o Filho do Homem estaria três dias no coração da terra. O sinal era Sua própria morte e ressurreição. O maior ato de Deus, o ponto de virada da eternidade, o momento em que o céu invadiu a terra para resgatar a humanidade, foi o túmulo vazio. E nós, hoje, muitas vezes agimos como aqueles fariseus. Pedimos a Deus novos espetáculos, novas provas, novas manchetes para validar nossa fé, enquanto o poder do maior sinal de todos — a ressurreição de Cristo — mal arranha a superfície das nossas vidas.

Aplicação Prática: Pare de Olhar, Comece a Ser

Então, crente pode acompanhar o noticiário? Claro. Mas a pergunta que esse post quer deixar é: o que você faz depois? Você se enche de medo ou de joelhos? Você compartilha teorias da conspiração ou o Evangelho da Salvação?

A verdadeira preparação para a volta de Cristo não é estocar comida em um bunker, mas distribuir o Pão da Vida. Não é aprender a decifrar códigos, mas aprender a amar o próximo como a si mesmo. Não é olhar para o céu esperando um sinal, mas ser o sinal de Deus aqui na terra.

A noiva que espera ansiosamente pelo noivo não passa os dias na janela, especulando sobre o horário em que ele vai chegar. Ela se prepara, se embeleza, cuida da casa e trabalha com alegria, pronta para recebê-lo a qualquer momento.

A pergunta final não é “Você está vendo os sinais dos tempos?”. A verdadeira pergunta é: “Você está SENDO um sinal do Reino de Deus em meio a uma geração que esfriou?”

O que você pensa sobre isso? Essa busca por sinais tem te aproximado de Deus ou te enchido de ansiedade? Compartilhe sua experiência nos comentários. Vamos conversar como quem busca a verdade, não apenas ter razão.

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